A realidade do tênis brasileiro é muito triste, assim como quase todos os esportes amadores no Brasil, o apoio do governo e das empresas privadas é quase inexistente, o esporte simplesmente não tem como desenvolver dessa forma. São poucas escolinhas que fazem um trabalho de tenis com crianças e jovens que não tenham condições de praticar o esporte. É quase um trabalho de abnegados que montam uma estrutura com recursos próprios, com quadras, material esportivo necessário e começam a fazer um trabalho com garotos, mas sem nenhum suporte governamental ou de alguma empresa que se interesse pelo projeto. Existe uma Lei de Incentivo ao Esporte por parte do Governo Federal, porém nem a metade dos pedidos de incentivo é aprovada. Existem algumas prefeituras que têm iniciativa por parte do município, de projetos para crianças de baixa renda, mas são poucas. O Instituto Gustavo Kuerten, do ex- jogador e referência do esporte, é o mais conhecido quando o assunto é projeto social de incentivo ao Tênis e está de parabéns pelo trabalho. Outra grande iniciativa é o projeto Wimbledon, de um desses abnegados do esporte, o ex- tenista Fernando Meligeni. Um grande empecilho para o tênis é que o esporte não consegue muitos patrocinadores, infelizmente, pois o esporte não tem a atenção que merece nas mídias de massa, fazendo com que o número de atingidos pela publicidade seja pequeno.
O grande motivo pelo qual o governo não auxilia o tênis no Brasil, seria o custo do material esportivo, que é muito alto e por isso não existem tantas escolinhas para a formação de novos tenistas. Sim, existem crianças e jovens que se interessam pelo tênis, que não vêem o Brasil apenas como o país do futebol e que querem sim, participar deste esporte rotulado como “esporte da elite”. Mas, essa desculpa “esfarrapada” não faz sentido, pois o atletismo e esportes olímpicos incentivados pelo governo tem os equipamentos tão caros como o do tênis.
A prática de qualquer tipo de esporte, principalmente às crianças e jovens, é extremamente importante física e mentalmente. É o caminho mais curto para formar vencedores na vida, pois mostra a eles responsabilidade, educação, senso de trabalho em equipe. Forma o caráter destas crianças, para que sejam pessoas boas e úteis a sociedade.
O tênis é um esporte maravilhoso com muitos adeptos ao redor do mundo, inclusive na nossa vizinha Argentina, que faz um trabalho de excelência, mas aqui no Brasil, no tênis e na maioria dos esportes com exceção do futebol e de mais um ou dois esportes que são apoiados, continuaremos vivendo de fenômenos, de atletas super dotados que surgem mesmo sem nenhum apoio de governo, confederação ou de empresas parceiras, como foi o caso do grande Gustavo Kuerten e da esquecida Maria Ester Bueno. O tênis brasileiro poderia ter aproveitado o momento de auge desses atletas, principalmente do nosso manesinho Guga, investido no esporte, mas por motivos escusos isso nunca acontece como nós queremos no nosso país. O Brasil tem potencial e merece mais apoio nos esportes se quiser na prática e não em discurso de picaretas, como o glorioso Carlo Arthur Nuzman, presidente do COB, se tornar uma potencia olímpica.
Por: Otavio Camilo
Edição: Vanessa Cabral
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