O futebol mudou! Essa é a percepção clara dos que viram e daqueles que tiveram a oportunidade de presenciar duas fases bem distintas desse esporte: o futebol romântico e o futebol capitalista.
Obviamente que o esporte apenas acompanhou a mudança e a evolução da nossa sociedade, depois do fortalecimento desenfreado do capitalismo. No Brasil, até o final da década de 80, o futebol era uma atividade de trabalhadores convencionais, nada de marketing excessivo, salários astronômicos ou superstars da bola. Víamos antigamente um respeito e uma afinidade muito maior na relação do torcedor com os ídolos dos seus clubes de coração, que em muitos casos, permaneciam nesses times de origem por longos anos, criando assim uma raiz, uma identidade, que o alçavam a um patamar de semideuses, para torcedores brasileiros mais exaltados.
A partir de meados da década de 90, esse cenário se alterou! Com a consolidação da nossa nova moeda, a circulação de dinheiro passou a ser mais intensa e, grandes empresas passaram a ver nosso país como um grande “Oasis” de lucros para os seus investimentos, devido claramente, a nossa qualificada mão-de-obra.
Exatamente nesse período surgiram as primeiras empresas estrangeiras que, se fixaram no Brasil com o intuito de se tornarem parceiras dos nossos clubes, visando obviamente, a obtenção de lucros, através de um mercado em ascensão. Mais tarde, com o advento da confusa lei Pelé, o futebol brasileiro se tornaria o “paraíso” de outros nefastos personagens: os empresários e os famosos fundos de investimentos.
Para elucidar melhor a compreensão dos leitores do JE nageral, sobre essa “invasão” das empresas estrangeiras no nosso futebol, preparei uma lista das parcerias mais marcantes do futebol brasileiro, até hoje, seja pelos títulos, pelos fracassos ou pelas polêmicas envolvidas. Peço a todos que me ajudem mandando outra parceria, que por ventura eu não tenha citado. Obrigado!
PALMEIRAS- PARMALAT (1992-2001): Dezesseis anos! Esse foi o período de falta de títulos, onde a fanática e exigente torcida alviverde já não agüentava mais de ansiedade para ver um novo triunfo palestrino. Foi então que no ano de 1992, chega ao parque antártica a multinacional italiana, Parmalat.
Não tenho dúvida alguma que a empresa do ramo de laticínios e o Palmeiras, protagonizaram a mais bem-sucedida parceria da história do futebol brasileiro. Durante quase uma década alguns esquadrões foram formados, como o time bicampeão brasileiro (93-94), que tinha em seu plantel, nomes como: Edilson, Evair, Edmundo, Zinho e Mazinho. E o time campeão da taça Libertadores (1999), comandado pelo atual treinador do clube, Luis Felipe scolari.
A vitoriosa parceria chegaria ao fim no inicio dos anos 2000, trazendo consigo diversos traumas ao clube, que não se adaptaria a essa nova realidade: a fase de derrotas e fracassos, que culminaria no pior momento da história clube: o rebaixamento para a segunda divisão nacional.
CORINTHIANS-HICKS MUSE( 1999-2001): Segunda parceria trazida pelo ex-ditador do parque são Jorge, Alberto dualib. Assim como a parceria do seu arqui-rival, Corinthians e a empresa norte-americana de investimentos também obtiveram êxitos na sua relação, apesar do curto período de tempo que durou essa parceria.
Financiado pela milionária sociedade, o timão viveu o melhor momento de sua centenária história, formando uma verdadeira seleção, que dominaria o futebol brasileiro no final dos anos 90. Nomes como: Marcelinho carioca, Ricardinho, Vampeta, Ríncon e luizão, foram alguns jogadores que vestiram a camisa alvinegra nesse período.
Infelizmente a parceria não terminaria da maneira que a diretoria e a fiel torcida corintiana gostariam. Processos judiciais e denúncias de quebra de acordos contratuais de ambos os lados, foram o estopim para o termino do que vinha se mostrando uma parceria de sucesso.
VASCO-NATIONS BANK (1998-2001): Após a conquista do título brasileiro de 1997, o time da cruz de malta firmou uma parceria com o banco americano, Nations bank. O fundo investiu setenta milhões de reais em São Januário, em troca da exploração da imagem do clube por um período de dez anos.
Apesar do time ter colhido bons frutos em um curto prazo, como o título da Libertadores de 1998, essa parceria foi firmada no momento mais sombrio da história do gigante da colina, a era denominada de “Euriquismo”, o que atrapalharia essa que era pra ser uma duradoura relação.
Esse nefasto cartola fez de São Januário o seu feudo, onde ele mandava e desmandava ao seu bel-prazer, e até hoje ele não consegue explicar de forma minimamente convincente onde foram parar os dólares investidos pelo banco americano.
A ruptura dessa vantajosa parceria gerou efeitos devastadores no clube. Dívidas astronômicas foram contraídas, o que mais tarde se transformaria em um grave problema que, culminaria na queda do time para a série B.
FLAMENGO-ISL (1999-2002): Oitenta milhões de reais! Essa era a quantia mais alta disponibilizada em uma parceria no futebol brasileiro até aquele momento, e que seria investida no rubro-negro, pela empresa Suíça de marketing esportivo, a ISL.
A parceria que inicialmente teria validade de quinze anos, durou apenas dois, e dentro de campo se mostrou muito ineficiente, tendo gerado apenas duas conquistas estaduais e o título da famigerada Copa MERCOSUL, no ano de 1999. Fora das quatro linhas á relação entre Flamengo e ISL foi marcada por polêmicas, escândalos de corrupção e muitas denúncias. Inclusive, foi nessa época que surgiram alguns esquemas fraudulentos na relação da ISL com a toda poderosa FIFA.
Em 2002, a ISL faliu, por razões alheias ao contrato com o Flamengo, deixando o clube desesperado! Pois não podia arcar com os salários de jogadores caros que havia contratado, como: Petkovic, Edilson, Alex, Denilson e Gamarra. Naquele mesmo ano, o então presidente, Edmundo santos silva, foi protagonista de uma das páginas mais vergonhosas da história do nosso futebol, e que o torcedor rubro-negro adoraria esquecer, quando ele sai algemado da sede do clube, na Gávea.
CORINTHIANS-MSI (2005-2006): Digamos que essa foi apenas mais uma parceria fracassada do time que mais se acostumou a fazer esse tipo de acordo no Brasil. Depois do banco excell e da Hicks muse, chegava ao Parque São Jorge, sob a figura do iraniano Kia joorabchian, a nebulosa empresa MSI.
Logo no primeiro mês de parceria, o controverso iraniano despeja uma verdadeira fortuna na contratação de jogadores de peso, como: Roger, Carlos Alberto e Mascherano, além de ter sido responsável pela mais cara aquisição por parte de um clube brasileiro, quando financiou a vinda de Tévez, por um valor estimado em vinte milhões de dólares, se tornando assim, uma espécie de novo ídolo da fiel torcida corintiana. Porém, ligações da empresa com criminosos russos, como o milionário Boris berezovskiy, levantaram suspeitas de veículos de imprensa e do ministério público, que passaram a investigar essa estranha empresa e seus membros.
Em julho de 2007, a justiça acatou denúncias do ministério público e pediu a prisão de Kia joorabchian, Alberto dualib e Nesi curi (vice-presidente do Corinthians), por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Como é tradicional nesse tipo de parceria o timão viveu um certo período de sucesso, principalmente com a discutida conquista do brasileirão de 2005. Mas, a saída desse fundo de investimentos deixaria um legado terrível que, seria demonstrado em curtíssimo prazo, com o rebaixamento do time, no ano de 2007.
FLUMINENSE-UNIMED (2001): De todas as parcerias citadas essa é a única que ainda está em vigência. Essa sociedade difere em alguns aspectos de uma relação tradicional entre empresa e clube de futebol, que é caracterizada quase sempre através de uma co-gestão. Mas, o que acontece nas laranjeiras é diferente! Trata-se de um mecenato, onde o clube entregou todo o seu departamento de futebol á empresa do ramo da saúde, sob a figura de um assumido tricolor, Celso barros.
O Fluminense era um time falido, afogado em dívidas, recém promovido da série C, e padecendo com uma das piores estruturas do futebol brasileiro. Contudo, no ano de 2001, surge um mecenas! Alguém que despeja rios de dinheiro e, transforma um clube com graves problemas em um time forte e competitivo, através de contratações de jogadores caros e treinadores de ponta.
Confesso que fico curioso para saber como pensam Vascaínos, Flamenguistas e Botafoguenses, que assim como os tricolores, também pagam o plano de saúde, mas observam angustiados somente o seu rival se beneficiar com o dinheiro que eles mesmos financiam, de certa forma.
Dentro de campo a parceria vem colhendo bons resultados, principalmente depois do vice-campeonato da Libertadores de 2008, e do título brasileiro, no ano de 2010.





É muito vergonhoso alguns tipos de parcerias estrangeiras como nosso futebol!!Tiramos por conclusão que Futebol + Corrupção = Parcerias ou vice-versa, misturando é uma coisa só. O Brasil está todo manchado..
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