sexta-feira, 27 de abril de 2012

Categorias de base do ABC:

Comissão técnica observa jogadores da base: Foto Ericleiton Dos Anjos  
                                                         

            As categorias de base são de vital importância, pois determinam o desenvolvimento e o futuro de um clube de futebol. São essas etapas anteriores ao profissionalismo, onde são preparadas novas gerações de atletas que darão prosseguimento a história de determinada agremiação.
Reconheço que jamais fui um grande entusiasta do futebol local. Esse esporte que encanta multidões é feito de paixões, conquistas e, principalmente, de ídolos. São esses personagens que mexem com os sentimentos dos torcedores e, que colocam o futebol em um patamar muito superior ao de uma mera prática esportiva.
 Foi diante desse conceito e da minha antipatia pelo futebol de minha cidade, que passei a me questionar: por que nossos clubes não revelam grandes ídolos? Para satisfazer minha curiosidade e conseguir as respostas para tais dúvidas, decidi visitar os centros dessas questões, os dois clubes de maior relevância do estado, ABC e América.
Foto:Ericleiton dos Anjos

                O primeiro clube que visitei foi o ABC. Lá, pude entrevistar o treinador do time juvenil, Tostão. Durante um breve bate-papo pude questionar-lhe sobre alguns critérios que julgo essenciais para que uma categoria de base seja minimamente adequada, para que o jovem aspirante a jogador se desenvolva corretamente: alojamento para os atletas, campos de treinamento, acompanhamento fisiológico, escolinhas de futebol e a ação dos empresários.
                Confesso que me surpreendi positivamente com as informações que obtive e com o que pude presenciar. Digamos que eu possuía um conceito deturpado do que é a realidade atual do ABC. Obviamente que não estive diante de uma estrutura excepcional, porém, o “mais querido”, preenche com razoável qualidade, todos os requisitos que citei anteriormente. Certamente é uma estrutura com algumas limitações, mas que são comuns a um time de porte mediano.
                A escolinha de futebol do clube e o alojamento para os garotos das categorias de base são perfeitamente condizentes para o desenvolvimento dos futuros atletas. Atualmente, 400 crianças e adolescentes freqüentam a escolinha do alvinegro e 46 garotos estão instalados no modesto, mas confortável alojamento do clube. Todos esses jovens são oriundos do interior do estado e são “garimpados” pelos vários olheiros que são espalhados criteriosamente em todas as regiões do Rio grande do norte.
Jovens promessas reunidas na preleção do treino:Foto Ericleiton Dos Anjos  
                A parte de fisiologia do clube também funciona com a qualidade que se exige no futebol atual. Vários profissionais especializados se dedicam diariamente ao acompanhamento físico de todos os garotos que compõem a categoria de base alvinegra. Todos os atletas fazem três refeições durante o dia e dispõem de uma moderna academia de musculação, que é dividida com a equipe profissional do clube. Além disso, os garotos passam por exames mensais para serem verificados quaisquer problemas eventuais, sempre com o objetivo da melhora em suas performances.

A ação dos empresários no clube:
  Certamente esse é um tema que merece outra matéria, e por isso quis destacar em separado dos demais critérios que estabeleci. A resposta para meu questionamento inicial é muito simples: não revelamos jogadores qualificados porque eles saem cada vez mais cedo do nosso futebol. “todos os nossos atletas de dezoito anos, possuem agentes”, afirmou o treinador do sub 16, Tostão. Essa resposta é muito esclarecedora, pois evidencia um grave problema que circunda os clubes mais pobres do país, a ação nefasta dos empresários.
              Esses homens se aproveitam da ingenuidade do garoto e da sua família, para fazerem promessas encantadoras, com o objetivo escuso de tirar esse jovem do seu clube formador, simplesmente para conseguir lucros, com seu eventual sucesso.
              Na maioria dos casos, esses garotos nem chegam a completar sua maioridade e já são negociados com equipes de outros estados, sempre por intermédio desses agentes. Dois casos que evidenciam bem esse processo: a venda dos jovens e promissores, Dener e Felipe bezerra. Ambos possuem dezessete anos. Dener foi vendido para o Tombense, de Minas gerais. Felipe foi para um clube pequeno do Paraná. Ambos os clubes são de aluguel, financiados pelo famoso empresário, Eduardo uran, que tem por única prática no futebol, comprar e vender jovens atletas por todo o Brasil.
       
Por :Otavio Camilo    
       

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