Hoje (13), o Manchester city se sagrou campeão do campeonato inglês, ao derrotar o Queens Park Rangers, por 3 a 2, em uma das mais emocionantes partidas de todos os tempos na terra da rainha. Com a conquista, o time comandado pelo italiano Roberto Mancini, quebrou o incomodo tabu que já perdurava 44 anos, sem o título da principal liga européia da atualidade.
O futebol é maravilhoso! Que outro esporte pode mexer tanto conosco, e nos envolver em um verdadeiro turbilhão de sentimentos?
Mesmo como meros espectadores, fomos testemunhas, nos contagiamos e passamos a viver a sina de um time e de seus fiéis e fanáticos torcedores.
Era uma vez um clube, que por absoluta desventura do destino, vive em uma Cidade onde o seu primo e xará é a grande força. Como deve ser duro torcer pelo Manchester City! Pobres apaixonados, desafortunados e tolos. Quem em sã consciência pode preterir a torcida por um gigante, para dedicar a sua vida a outro que, possivelmente, não lhe dará nenhuma alegria?
Time que sempre foi desambicioso, injustiçado e inglório. Padeceu em toda sua existência na sombra de seu rival famoso.
Atualmente, respaldado pelo fato da Inglaterra ser o “paraíso” dos facínoras do leste europeu ou dos megalomaníacos árabes, finalmente possui os recursos necessários para conseguir o seu lugar ao sol e, enfim, deixar de ser apenas um simples coadjuvante.
O seu elenco não é nada menos do que uma verdadeira torre de babel. Seu mecenas é um árabe, seu comandante um italiano. Argentinos, espanhóis, africanos e jogadores de outras nacionalidades são o seu esteio. Mas, ao contrário da torre famosa, todos se entendem na mais perfeita harmonia.
O torcedor não enxerga nada disso! Seu amor é inexplicável, incompreensível e incapaz de fazer distinções. O que vimos nessa tarde foi uma bela demonstração desse sentimento.
Todos pensavam que seria um jogo tranqüilo, pois se tratava de um duelo entre o líder da competição contra um time que lutava para não cair. Entretanto, nada pode ser fácil para um time como o Manchester City. A tensão e a angústia aumentavam a cada minuto que se passava, e o medo de mais um fracasso já norteava a mente dos torcedores.
Choro, lamentações e a ira, por ter que aceitar que o titulo não viria, e o pior, que seria mais uma vez do seu grande rival. Esse era o cruel cenário que se configurava até os 46 minutos do segundo tempo, quando de repente, o futebol nos mostra mais uma vez porque é ímpar, com o gol de empate de Dzeco, e a virada com o gol de Aguero, tirando um gosto amargo da boca de todos os aficionados pelo clube, e que já era de 44 anos.
Que hoje seja o dia para deixarmos de lado discussões secundárias, como o fato do City ser patrocinado pelos petrodólares de um xeique qualquer, ou porque o time não possui nenhum jogador local em seu elenco. Hoje é o dia para lembrarmos da paixão de milhares de torcedores, lembrar do amor que eles dispõem a um clube, sem esperar nada em troca. Hoje é o dia para celebrar o futebol!
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