Neste sábado (9), em Nova Jersey (EUA), Brasil e Argentina protagonizaram mais uma bela página da sua secular rivalidade. Apesar de ser um mero amistoso, as duas equipes desempenharam um belo espetáculo, em uma partida que terminou em 4 a 3 para os hermanos. Esse jogo marcou o fim de uma série de amistosos da seleção da CBF, que visa à preparação para os jogos olímpicos de Londres.
Brasil e Argentina é, simplesmente, o maior clássico do mundo. Não há outro jogo na face da terra que reúna tantos ingredientes e singularidades como esse duelo entre as duas maiores potências da América do sul.
Rivalidade pautada pelo ódio. Países separados por uma simples linha divisória, mas que possuem inúmeras distinções. Vizinhos que se detestam, co-irmãos que se digladiam. Guerra pela soberania do continente, guerra de estilos musicais, guerra nos gramados. Povos que nutrem os mais variados sentimentos de animosidade, mas que se unem em torno de uma mesma paixão, o futebol.
Confesso que há muito tempo não me encanto com a seleção brasileira. Por muitos anos admitimos o fato dela não pertencer mais ao nosso povo, e sim, ser propriedade de empresários e cartolas corruptos. Também nos contentamos com outros absurdos, como jogos caça níqueis e partidas com seleções inexpressivas, que serviriam apenas para encher os ricos cofres da madrasta do futebol brasileiro, a dona CBF.
Mas dessa vez não! Esses amistosos foram úteis e se mostraram reveladores em alguns aspectos: Apresentou-nos um bom time para disputar as olimpíadas, nos apontou algumas certezas, ótimas surpresas e o fim de uma estúpida comparação.
Antes de argumentar sobre a comparação entre Messi x Neymar, que foi estabelecida pelos “brasileirinhos de plantão”, adeptos da cultura Galvão Bueno e súditos do bobo da corte, Pelé, quero apontar um grande ponto positivo no jogo de hoje: a bela atuação do meia Oscar, que mais uma vez provou a sua qualidade, marcando a saída de bola adversária e armando o time. Além disso, possui a característica de jogador combativo, o extremo oposto de seu oponente pela camisa 10 da seleção, o badalado, midiático e ineficiente, Paulo Henrique Ganso.
Messi x Neymar: estapafúrdia, esdrúxula, inoportuna. Escolham qualquer adjetivo que remeta a mais absoluta tolice, e irão caracterizar o que é essa comparação. Quero deixar bem claro que considero o Neymar um gênio do futebol, um dos melhores jogadores das últimas décadas do Brasil. Contudo, até pela diferença de idade e de experiência européia, ele ainda não se encontra no mesmo nível do argentino.
O confronto de hoje, assim como foi o massacre imposto pelo Barcelona ao Santos, foi apenas mais uma prova inconteste da grande superioridade de Messi em relação a Neymar.
É possível que esse tipo de comparação seja levantada por outro fator: o olhar arrogante do brasileiro em relação ao futebol. Apesar dos infortúnios recentes, somos convictos de que ainda possuimos os melhores atletas nesse esporte, portanto, não admitimos que um jogador de outra nacionalidade possa sobrepujar o talento de nossos craques.
Não tenho dúvida alguma que, daqui a alguns anos, poderemos propor esse embate, pois o talento do brasileiro é mais que suficiente para se afirmar algo desse tipo. Entretanto, recomendo aos mais influenciáveis pelas opiniões dos formadores de balelas, ou dos pseudos comentaristas, que não embarquem mais nesse tipo de factóide. Definitivamente, o Neymar ainda não está no mesmo patamar do Messi!
Por: Otavio Camilo



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