Um dos favoritos a medalha no solo, o ginasta Diego Hypolito errou e sofreu uma queda durante o primeiro dia de disputa das provas da ginástica em Londres. Com isso, o atleta recebeu apenas 13,766 pontos e ficou de fora da final do aparelho na Olimpíada. Com a queda, ele repete o drama vivido quatro anos atrás, nos Jogos Olímpicos de Pequim. Na ocasião, o brasileiro fazia uma apresentação perfeita na final, mas errou no último salto, caiu sentado no chão e também ficou sem medalhas.
Uma grande disputa, um momento de tensão e um erro inesperado. Mais uma vez fomos apresentados ao instante de hesitação do psicológico humano. Por que falhamos na hora da decisão?
Antes de qualquer comentário açodado ou escárnio popular, quero dizer que sou um admirador desse esportista. O Diego Hipólito é um típico fenômeno brasileiro, daqueles que surgem, arrebatam e engrandecem uma modalidade menosprezada por todos. Talento que desperta o clamor dos abnegados. Vivem sob o monopólio do futebol, sem o auxilio dos cartolas e injuriados pelas bravatas. Sobrevivem diante das maiores intempéries, mas brotam como folhas nas árvores.
Ah Diego, teu plácido semblante contrastava com a melancolia do seu olhar. Olhos tristes e macambúzios, que pareciam anunciar um trágico desfecho. Tudo parecia perfeito: a preparação, os saltos, os pés fincados no solo... Veio o tombo. O que mostrava-se preciso tornou-se falho, a fugaz convicção de vitória virou aflição, e as esperanças morreram decaídas no tablado. Fez-se o pranto.
A dor que dissimula dói mais do que qualquer outra, e o choro representa a mais sincera das desculpas. Lamentação dos nobres e daqueles que dignificam seus sentimentos.
Passado que lacera, que interroga. Diego Hipólito foi vitimado pelo mesmo flagelo. Em 2008, a medalha dourada já resplandecia em seu peito... Doce ilusão. Todo ser humano fraqueja e se amedronta em determinados momentos. Verdade indelével, e que não exclui os atletas de alto nível. Não há motivos, ponderações... Só o destino. Força arbitrária, irônica e malfazeja.
Pobre de nós! Escravos do resultado e contempladores fiéis da imprudência do óbvio. Baldio, amarelão, fracassado... É assim que pensamos. Detratores das ruas, juízes das arquibancadas, opinião aguda e judicial do povo. O Diego é um grande atleta, títulos se sucederam em sua carreira. Nada mais importa! Será rotulado e condenado pela eternidade.
Jamais ousaria inferir sobre o abismo do inexplicável. A mente humana e seus segredos. Vastidão só comparada ao universo. Quem entre nós poderia decifrar seus mistérios? Freud, Einstein, Aristóteles... Talvez. A resposta encontra-se no recôndito de nossa alma. Tentemos nos acostumar ao que nos é intrínseco: somos compelidos ao equivoco e ao infortúnio. Errar é humano!
Por:Otavio Camilo
só tenho uma coisa a dizer, A M A R E L Ã O!!!!
ResponderExcluirTambém sou admiradora do Diego, quando o vejo se apresentar e o resultado não é o que ele esperava, a altura da sua dedicação.
ResponderExcluirAliás, todo atleta, de qualquer esporte, se dedica absolutamente aos treinos, e nós pobres mortais fazemos somente o necessário para sobrevivermos e mesmo assim queremos atingir o patamar deles... em dinheiro!
Quando chega o PAN, todo mundo é bom, é topo, Mr PAN, CIELO-REDECARD....Quero ver quando chega nas OLIMPIADAS, daí sim, a verdade aparece, temos que da valor pra aqueles que merecem mesmo, a JUDOCA veio por fora sem nenhuma babação e elvou o OURO.
ResponderExcluirQuando comecei a ler esperava um texto completamente diferente. Esse texto é quase que poético, porém nada objetivo.
ResponderExcluirSobre o Hipólito, bom, é nessas horas que a gente diferencia o esforçado do craque.
Existem três tipos de atletas:
Aqueles que crescem em momentos decisivos.
Aqueles que permanecem iguais em momentos decisivos.
E aqueles que pipocam.
O Diego faz parte do último grupo.
Jogadores como Zidane, Pelé, Drogba, e até Klose chamam a responsabilidade, e crescem quando lhes é cobrado.
No basquete, isso é ainda mais claro. Quando os Lakers chegam nos playoffs, e principalmente nas finais de conferência/geral, Kobe Bryant melhora seu jogo de uma forma incrível. Pede a bola, chama o jogo, e decide.
Assim era também com o maior de todos os tempos: Michael Jordan.
Nunca existiu na NBA um jogador que aliasse de forma tão absoluta técnica e vigor físico como LeBron James. LeBron é mais forte, mais rápido, e possui técnica equivalente, se não superior ao Jordan. Acontece que quando o jogo aperta, ele não chega nem perto de ser tão decisivo quanto era o Michael.
E isso faz do Jordan o melhor jogador de basquete da história.
Existe um termo específico pra isso no basquete, se chama "clutch". O também jogador dos Lakers, Jerry West, melhorava tanto em jogos decisivos, que enquanto jogava, nas décadas de 60-70, ficou conhecido como Mr. Clutch.