Nesta quarta feira (25), começa mais uma arrancada para a
conquista do único título que falta ao futebol brasileiro, a Olimpíada. O time
que é comandado por Mano Menezes e conduzido pelo talento de Neymar será
capaz de por um fim nessa maldição que nos foi imposta?
Cinco Copas do mundo, três Copas das confederações e oito
troféus sul-americanos. Histórico recheado de sucessos, sem arestas e que
revela a nossa excelência nos gramados. Ou será que não? Mesmo coberto de
glórias, o nosso Futebol é atormentado por um malfazejo porém, os jogos
olímpicos. Por que nunca vencemos? As desculpas são as mais variadas, mas não ameniza
o nosso desejo, a busca incessante, uma verdadeira obsessão pelo lugar mais
alto do pódio.
Antes de qualquer abordagem poética, quero registrar o meu
espanto com esse Futebol olímpico. Que competição esquisita! Parece um peixe
fora do grande oceano; começa antes do que realmente interessa, estréia antes
da abertura. Notória contradição, mas que perseguimos deveras.
Talento, craques... Favoritismo. A cada ciclo olímpico, as
etapas e os nossos sentimentos se sucedem da mesma maneira. O resultado, para
nossa infelicidade, também é determinado pelo primor da obviedade. Vamos da
esperança desmedida a um desalento angustiante. Nossa eufórica convicção da
vitória, transforma-se na depressão revoltosa dos derrotados.
Ah ouro
cruel! Tu brilhas mais do que tudo no mundo, sua resplandecência, porém, só
vimos de longe, pois jamais conseguimos alcançá-la. És valioso e pesado como nenhum
outro, principalmente para aqueles que não suportam tua magnitude. Metal dos
ricos, honra dedicada aos virtuosos, e digno fracasso dos tolos. Bendita
medalha!
Bronze e
prata já ganhamos, mas a eles não dedicamos qualquer valor. Queremos mesmo é o
ouro. Pobre de nós! Nunca fizemos uma preparação adequada, adversários
valorosos se obstaculizam em nosso caminho, nossos heróis se omitem em momentos
decisivos... Nada disso importa! Somos vitimados por uma singularidade que nos
é intrínseca. O brasileiro e sua arrogância futebolística. Voltemos à obsessão.
Obcecados
hoje, destruídos ou glorificados seremos amanha. Trilharemos um caminho pautado
pelo talento de jovens, e sobressaltados pela nostalgia do dissabor. Já fomos
envolvidos em uma cortina de ferro, sucumbimos diante de eternos rivais,
falhamos no apogeu de um gol de ouro, e até perdemos no embalo do ritmo de
Carmem Miranda. Derrotados à brasileira!
Obsessão incurável,
que o tempo não alivia. Não saciaremos a nossa insanidade, senão obtivermos a exaltação
do triunfo. Tanta obsessão nada consegue, pouco enxerga. Brilho cintilante que enche-nos
de esperança e nos cega. Obsessão que aflige, que impulsiona. Uma obsessão dourada!
Mais uma
vez o aclamado Futebol brasileiro tentará acabar com uma sina que já perdura
por longos anos. Jogaremos com a possibilidade de desmistificar uma fama
indesejada e a síndrome do amarelismo. Seremos campeões dessa vez? Façam suas
apostas!
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