OS PIORES CARTOLAS DA HISTÓRIA:

              

                O futebol brasileiro é o melhor do mundo! Talvez não mais na atualidade, mas tradicionalmente sempre nos notabilizamos pelo nosso diferencial técnico, nossa habilidade e categoria completamente atípica de qualquer outro país que pratique esse esporte. Possuímos jogadores que se destacam nos mais poderosos times do planeta bola. Porém, a mesma qualidade e regularidade que temos para produzir craques, também possuímos para criar políticos desonestos e cartolas corruptos.

               Posso dizer sem o risco da dúvida ou do erro, que a classe de dirigentes esportivos brasileiros é a pior de todo o mundo. São esses homens que mandam e desmandam ao seu bel-prazer do clube que dirigem, transformando-os em verdadeiros feudos, onde eles viram mandatários, ditadores que se perpetuam no poder por anos ou até mesmo décadas, sem que haja uma alternância no poder. Para esses homens o futebol se caracteriza como uma espécie de universo paralelo da nossa sociedade, onde não há uma democracia, fiscalização ou o mínimo de transparência em suas administrações.

               Por muito tempo os clubes brasileiros sofreram com esses dirigentes! Alguns deles ficaram conhecidos pela sua arrogância, outros pelo seu autoritarismo na forma de comandar seus clubes, cerceando por muitas vezes o trabalho da imprensa ou atrasando propositalmente os salários dos atletas. Mas, com certeza, a desonestidade em suas administrações, é a grande marca que une todos eles.

Preparei especialmente para o leitor do JE na geral, um ranking dos mais nefastos cartolas que já passaram pelos nossos clubes. Infelizmente alguns deles ainda estão em plena atividade. Peço a todos os leitores, que mandem mais nomes para serem colocados na lista. Obrigado.

10º- MUSTAFFÁ CONTURSI: Bom e barato! Essas foram as palavras de ordem por um longo período pelos lados do Palestra Itália, e que certamente o torcedor alvi-verde adoraria esquecer. Durante a regência desse dirigente, o Palmeiras viveu o melhor e o pior momento de sua história. Foi nesse período em que o clube obteve a soberania no futebol brasileiro, tendo conquistado vários títulos, sempre respaldados pela parceria com a Parmalat. Foi também durante essa ditadura de Mustafá Contursi, que o Palmeiras adotou a famosa politica do bom e barato, que objetivava economizar nas receitas, trazendo atletas de boa qualidade e de preço acessível. Infelizmente esse modelo não deu certo e acabou culminando na derrocada do time, que algum tempo depois viria a ser rebaixado para a segunda divisão.

9º- MÁRIO CELSO PETRÁGLIA: O homem que mudou o patamar do Atlético PR. Antes desse dirigente, o clube paranaense era apenas mediano no cenário do futebol brasileiro, mas durante a sua administração o time se transformou numa grande força, sendo inclusive campeão brasileiro e chegando a uma final de taça Libertadores. No entanto, O Petraglia comete o mesmo equivoco de outros cartolas, ao pensar que os eventuais méritos em sua administração possam apagar grandes falcatruas cometidas. É atribuído a ele um dos maiores escândalos de arbitragem no país, o caso Ives mendes, no ano de 1996, onde ele seria um dos mandantes do“esquema”.

8º- PAULO MARACAJÁ: O coronelismo ainda era uma prática comum no Nordeste, em meados dos anos 70, e a Bahia do “saudoso” Antonio Carlos Magalhaes(ACM), era o cenário perfeito para ascender ao poder uma figura que representava a essência dessa época nefasta, ao qual a nossa região foi submetida. Paulo maracajá foi um modelo bem definido de um típico coronel do interior, pelo seu autoritarismo desenfreado, sua arrogância e seus métodos truculentos. Certamente o torcedor do clube mais querido de Salvador não tem nenhuma saudade desse péssimo cartola.

7º- ALBERTO DUALIB: Assim como seu grande rival, o Corinthians também viveu sob um regime ditatorial, período em que Alberto Dualib esteve a frente do clube. Nessa fase o timão se encheu de glórias, tendo formado um belo esquadrão, que dominou o futebol brasileiro no final dos anos 90. Entretanto, o reinado desse dirigente sofreria um grande revés depois da tumultuada parceria com a nebulosa empresa MSI, onde Dualib, Kia joorabichian e seus aliados, foram acusados de vários crimes, como lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Depois desse fato, o cartola que parecia intocável teve que renunciar ao posto que se perpetuava há longos quatorze anos.

6º- ZEZÉ PERRELA: O Cruzeiro é um clube atípico no que se refere ao seu modelo de gestão. Digamos que durante mais de quinze anos foi-se criada na toca da raposa uma nova modalidade de gerência, porém, com o mesmo objetivo de toda e qualquer ditadura esportiva, a perpetuação no cargo. A oligarquia Perrela, esse foi o sistema que imperou no time mineiro por mais de uma década, onde existia uma mera alternância familiar no comando, entre os irmãos Zezé e Alvimar. Além do modelo anti democrático, a oligarquia Perrela transformou o Cruzeiro numa espécie de balcão de negócios, contratando e vendendo jogadores a todo o momento, o que satisfazia a empresários mal intencionados e não consolidava uma base ao time.

5º NABI ABI CHEDID: Bragança paulista, no interior de são Paulo, foi o berço da ascensão politica de um dos piores cartolas de todos os tempos do futebol paulista. Sob a batuta desse cartola e ex-deputado federal, o Bragantino viveu seu único momento de razoável destaque nacional. Sua competência para fazer de um time inexpressivo da simpática terra da linguiça, um time que incomodaria os grandes, não apagou a sua extensa galeria de polêmicas, seus métodos truculentos para intimidar os votantes nos pleitos da federação e o maior escândalo do futebol brasileiro até hoje, a máfia do apito, no ano de 2005, quando o seu nome surgiu como sendo o maior mentor daquele "esquema".

4º- EDUARDO VIANA( CAIXA DÁGUA): Polêmico dirigente do esporte, que comandou com mão de ferro a federação de futebol do Rio de Janeiro, durante mais de duas décadas. No decorrer dessa administração, casos de evasão de divisas, estelionato, fraude processual e falsidade ideológica, foram apenas alguns casos de corrupção creditados a esse senhor de estranho apelido.

                 Além desses inúmeros casos que comprovam a sua falta de idoneidade, o popular caixa dágua ainda tinha por prática ajudar os seus aliados e promover uma facilitação na tabela do seu querido Americano de Campos, que se tornou um estorvo para os grandes, durante o reinado desse cartola.

3º- EURICO MIRANDA: : Folclórico! Talvez essa seja a palavra mais adequada para caracterizar esse famoso dirigente, que comandou o Vasco da gama por um longo tempo. Com um autoritarismo singular, presentes somente nos mais vis ditadores da historia, o doutor Eurico transformou São Januário em um verdadeiro feudo, onde ele era o senhor absoluto, que determinava quando, como e quem entraria em sua propriedade.

                            Durante o período denominado de “euriquismo”, o gigante da colina foi do céu ao inferno, em um curto espaço de tempo. Os títulos do brasileiro e da Libertadores serviriam apenas para tentar apagar da lembrança do torcedor cruz maltino os milhões de dólares, que desapareceram misteriosamente durante a parceria com a empresa ISL, e o trágico rebaixamento para a segunda divisão.

               

2º -RICARDO TEIXEIRA: Vinte e três anos. Esse foi o tempo que durou a maior ditadura do futebol brasileiro, do agora ex-presidente da “dona CBF”. A sensação de alívio é o pensamento de todos os cidadãos de bom senso que já não admitiam mais a administração daquele que foi a “pior coisa” que já aconteceu no glorioso e apaixonante futebol brasileiro, nessas duas últimas décadas.        

            Sob o despotismo de Teixeira, a entidade que rege nosso principal esporte obteve glorias e denúncias, exatamente na mesma proporção. Casos de nepotismo em preenchimentos de cargos na CBF, a famigerada CPI da bola, onde ele subornou parlamentares para defende-lo das acusações, e verdadeiros mensalões que ele aufere a presidentes de federações, para mante-lo no poder, foram alguns episódios espúrios do antigo dono da bola.        

1º- JOAO HAVELANGE: Te saúdo don Joao Havelange! Essa deve ser a saudação de seus pares para com o todo poderoso do futebol mundial. O senhor hoje com noventa e seis anos, comandou por mais de meio século a entidade que manda nesse esporte, a FIFA.

Mesmo com todas as acusações que vieram a tona durante todos esses anos sobre esse a quem considero como sendo o “pai” de todos esses cartolas corruptos, ele ainda goza de um grande respeito e privilégios de alguns veículos de imprensa, sempre o recebendo com honras de Chefe de Estado, quase estendendo um imenso tapete vermelho aos pés do “grande homem do esporte nacional”.

Foi através do “apadrinhamento” desse quase centenário dirigente, que surgiria no cenário futebolístico a figura do seu genro e sucessor politico, Ricardo Teixeira.

Acabei de apresentar para vocês dez dos cartolas mais picaretas do futebol brasileiro em toda a sua historia. Esses homens sempre se blindaram atrás de grandes clubes ou federações, para simplesmente cometerem todos os tipos possíveis e inimagináveis de delitos, sem que jamais acontecesse absolutamente nada com nenhum deles

Infelizmente o futebol, que é a nossa paixão nacional, apesar de viver numa espécie de universo paralelo, padece do mesmo problema que a nossa sociedade: a corrupção daqueles que teoricamente estão nesses cargos para defender o interesse de milhões de pessoas, apaixonados, que dedicam parte de suas vidas ao amor por um clube de futebol.

Assim como os ladroes da fé, considero esses homens como sendo os mais vis da face da terra, pois eles roubam se aproveitando da ingenuidade e do sentimento mais puro que possa existir em um ser humano, o amor. Sentimento esse, que somos capazes de ofertar sem pedir absolutamente nada em troca. Puro, unilateral e incondicional. Esse é o amor que caracteriza a relação do aficionado com o seu clube de coração, que transforma o futebol em algo maior que um simples esporte, e que esses canalhas ousam destruir com seus métodos sujos.

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