Ontem (21), o Real Madrid venceu o poderoso e temido, Barcelona, em pleno Camp nou, e deu um grande passo para a conquista do campeonato espanhol dessa temporada. O jogo terminou com o placar de 2 á 1, para os merengues, que agora somam sete pontos de vantagem sobre seu grande rival. Cristiano Ronaldo fez um dos gols e agora lidera a artilharia do certame.
Arrogância, soberba, vaidade. Características pouco gloriosas do ser humano e que são facilmente perceptíveis no perfil desse jovem e fantástico português, da cidade de Funchal. Cristiano Ronaldo é um dos casos raros no futebol, que possui a capacidade bem particular de provocar o encantamento e o ódio, exatamente na mesma proporção. Mas por que a rejeição e a antipatia em torno desse jogador são tão evidentes?
Cristiano Ronaldo se tornou sinônimo de vaidade e polêmica! E como não podemos sentir raiva de alguém que tenha tais características? Como poderíamos gostar e idolatrar um jogador que desperta a nossa repulsa no simples fato de adentrar ao campo de jogo, devido as suas manias e singularidades, como usar gel no cabelo ou fixar seus olhares no telão do estádio, em uma clara demonstração de narcisismo?
Nós brasileiros somos os detentores da moral, da ética, e de todos os princípios que dignificam o homem! Somos os portadores da justiça e da nobreza, por isso não suportamos, não admitimos alguém que possa desvirtuar nossos mais básicos conceitos. Ou será que não? É possível que nos nossos gramados só tenham desfilado grandes homens, honestos, justos e acima do bem e do mal? É óbvio que não! Então, por que odiamos tanto o Cristiano Ronaldo? Por que a nossa maniqueísta imprensa brasileira sente tanta aversão a esse jogador?
Obviamente que possuímos o legitimo direito de preferir o talento mágico e encantador do Argentino Messi, ou quem sabe, admirarmos mais a postura e a simplicidade do Kaká. Mas vejo que a preferência não é a resposta para a nossa má vontade. Para mim a resposta é muito simples e está presente no sentimento mais nefasto, intrínseco e inerente do ser humano, a inveja.
Somos orgulhosos de tamanhas bobagens e atributos idiotas, que não possuímos a humildade necessária de olhar para o nosso próprio reflexo no espelho, o nosso âmago. Somos o povo mais invejoso do mundo! Demonstramos esse sentimento diante de algo monumental ou das coisas mais banais.
Mas se a inveja é algo presente em nossa natureza, como podemos nos privar dela? Como seria possível não se incomodar com o sucesso alheio, ou desejar ser belo, cobiçar a fama e fortuna, ou quem sabe, viver o esplendor da juventude e poder desfilar com as mulheres que estampam todas as capas de revistas masculinas? Dilemas, inquietudes e questionamentos que são dispostos, sempre quando o assunto é Cristiano Ronaldo.
Definitivamente, o jovem gajo não é um bom moço! E é provável que jamais seja o genro dos sonhos de todas as sogras ou o estereótipo criado pelos arautos da moralidade. Prefiro encarar esse atleta como um simples exemplo de paradoxo, uma pergunta sem resposta ou uma dúvida sem desfecho. Vaidoso, marrento, enjoado, ou simplesmente, um ser humano, com seus defeitos e virtudes.
Sua qualidade dentro de campo é ímpar e contrasta fidedignamente com a sua personalidade. Irascível, explosivo e genial, características presentes somente nos maiores artistas. Cristiano Ronaldo é daqueles que tem a bola como sua companheira mais fiel, faz do campo o seu palco e do seu dom, uma arma para destroçar os adversários, que por desventura do destino cruzem o seu caminho.
Seria perfeito viver em um mundo onde só as qualidades e o talento fossem aclamados, e os defeitos apenas compreendidos. A opinião de alguns “brasileirinhos” ou idiotas de plantão a respeito do controverso lusitano, nada mais é do que um reflexo da nossa sociedade impositiva de regras, padrões inalcançáveis e formadora de mitos, semi-deuses ou divindades, quando na verdade, não passamos de meros mortais, nada mais e nada menos.



mandou bom
ResponderExcluirUm espetacular jogador! Pra mim, o que importa é o que fazem dentro de campo. São seres humanos como nós e cometem erros como qualquer outro, ídolos também cometem erros num meio onde há poucas exceções. Antes dele, houve jogadores da mesma estirpe, tanto nas habilidades futebolísticas quanto em suas atitudes lamentares. O que há de errado e sempre houve é a capacidade que temos de julgar uma pessoa sem termos moral nenhuma pra isso, e mesmo que tivéssemos, seria de qualquer forma, inveja e frustração por não terem a vida que eles têm.
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