. . O
futebol está em festa neste 23 de junho de 2012. Campeão mundial e europeu com
a seleção francesa e de inúmeros canecos com a Juventus e, especialmente, o
Real Madrid, Zinedine Zidane completa neste sábado 40 anos de vida.
Maestro! Que outra alcunha na história do futebol foi tão bem
empregada quanto essa? Denominação que simboliza a liderança, o talento e o
primor. E qual jogador pôde unir de forma tão estupenda todos
esses atributos?
Os grandes líderes são como os melhores maestros. Zinedine Zidane jogava futebol como se rege
uma orquestra. Assim como um grande maestro, foi além das notas e do futebol
para alcançar a perfeição. Transformou sua chuteira em uma batuta, onde ele
comandava sua orquestra e arrancava suspiros da platéia.
Zidane era daqueles jogadores que tratavam a bola com um amor
quase fraternal. Vedete dos saudosistas. Sua classe e elegância genuína remetia
aos antigos meias clássicos do passado, daqueles que ficavam meses sem errar um
passe. Craque da nostalgia e da modernidade.
Ah Zidane, como fostes espetacular! Foi o nosso pior algoz,
mas nem o mais patriota entre nós ousaria odiá-lo. Quem além de ti poderia nos
inebriar com seu talento, ao mesmo tempo em que nos trucidava com suas
cabeçadas.
Em 2002, na final da Liga dos campeões, foi Monet, Da Vinci,
Michelangelo, ao esculpir uma verdadeira obra prima. Pintou um gol com a
rubrica da eternidade. Transformou um lance fugaz em algo glorioso. Uma verdadeira
ode ao inesperado.
Em 2006, fez de um ato consagrador a sina de uma despedida. Deu
uma cabeçada certeira, não pro gol, não na bola, mas no peito do seu
adversário. Assim como uma gota de tinta não pode manchar o grande oceano,
esse episódio também não diminuiu as suas glórias como jogador. Diria que esse
fato foi apenas mais uma das páginas contraditórias do futebol.
Não tenho dúvida que o Zidane
foi um dos grandes craques do futebol mundial. Um jogador que sabia ocupar os
espaços, não tinha necessidade de grande velocidade, dava velocidade à bola. Classe
e espírito goleador. Subjetivo e objetivo. Craque multifacetado, mas genial em
todas elas.
Em seu
último ato no gramado, Zidane ultrapassou o limiar de um simples jogador de
futebol e adentrou ao panteão dos mitos, passou a figurar entre os outros de
sua estirpe. Seu brilhantismo só será lembrado nos vídeos, em comentários saudosistas
ou nas nossas lembranças.
Diferentemente
de um concerto, maestro, aplaudimos-te, não de pé, mas de coração. Que no dia
de hoje, saudemos aquele que mais exprimiu o sentido do termo futebol arte. Artista
da bola, craque do onirismo. Aplausos ao maestro do futebol.
Sabia tudo e mais um pouco, era o cérebro de qualquer time ou seleção, sua importância era imprecindível assim como também impunhava respeito e liderança entre os demais naturalmente. Falando em liderança, o que mais me chamou atenção e mais me emocionou na carreira desse Gênio foi na copa de 2006, quando viu seu time a beira da desclassificação na 1ª fase diante de um grupo meramente fraco, um fato inédito ocorreu e poucas pessoas souberam, Zidane desafiou seu técnico que não fazia coletivos, não dava ordens e deixava os jogadores tomarem as decisões individualmente, foi responsável por desmanchar o ego de seus compatriotas e tomou as rédeas da seleção com apoio dos demais jogadores durante o intervalo da partida entre Togo x França mesmo não participando da partida cumprindo suspensão, mudando a maneira de jogar melhorando e muito o desempenho da equipe a partir daí até levar a final da copa com méritos. Ninguém entendeu sua reação ao zagueiro italiano, alguns reprovaram, outros aprovaram devido a má reputação do zagueiro, mas somente ele sabia a pressão que tinha sobre seus ombros. "Foi o maior líder que eu ví em campo."
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