segunda-feira, 18 de junho de 2012

MAIS UMA "LARANJADA"


                 Apontada como uma das três favoritas para vencer a edição desse ano da Eurocopa, ao lado de Alemanha e Espanha, a Holanda decepcionou mais uma vez e foi eliminada precocemente da competição ao perder de 2 a 1 para Portugal, que foi um dos classificados do grupo B para as quartas de final. A outra classificada do chamado “grupo da morte” foi à seleção alemã, que superou os dinamarqueses.
                Holanda, um dos denominados países baixos da Europa, pelo fato de estar situada abaixo do nível do mar. País minúsculo, que caberia em qualquer um de nossos estados. Terra da libertinagem e do liberalismo, onde muitos o procuram para saciar certos prazeres proibidos por uma sociedade convencional.                                                                                                       
                No futebol, o seu contraste é evidente. Apesar de sua pequena extensão territorial e, conseqüentemente, curta população, consegue sempre figurar entre as grandes potências desse esporte, já tendo formado verdadeiros esquadrões, que sempre são lembrados ao longo da história.
           Johan Cruiff, Van Basten, Gullit, Rijkaard e Bergkamp. Esses são os líderes das maiores gerações que foram formadas pelo futebol holandês, mas são apenas alguns nomes entre vários craques que já vestiram a tradicional camisa laranja.
               Futebol pautado pelo talento e pela técnica. Futebol que definiu filosofias de jogo, impôs revoluções táticas e nos brindou com a excelência. No entanto, apesar de toda essa qualidade no futebol, por que a Holanda sempre fracassa nos momentos decisivos? Por que não consegue converter sua qualidade em conquistas relevantes?
               Esse questionamento pode ser respondido através de dois fortes argumentos: o primeiro, é que historicamente a seleção holandesa sempre foi dividida entre atletas nativos e jogadores oriundos de sua colônia, o Suriname. Jogadores negros e que nunca eram bem aceitos pelos seus colegas. Entre esses jogadores estão os nomes famosos de Davids e Seedorf, que fizeram uma bela carreira internacional. A guerra étnica sempre foi um obstáculo para os bons resultados. Esse fato ficou muito claro nas edições de 96 e 2000 da Eurocopa, aonde a equipe chegou com enorme favoritismo, mas acabou eliminada, devido a esses problemas de racismo. Entre os grandes nomes desse período estavam Bergkamp, Davids, Cocu, Frank e Ronald de Boer, Stam, Van Der Sar, Zenden, Overmars, entre outros. Time fantástico, mas que colecionou infortúnios.
               O segundo motivo é o egocentrismo de seus jogadores, a briga de egos entre os astros do plantel. Um que não suporta o sucesso do outro, o outro que não aguenta um destaque a mais para o seu companheiro. No atual elenco, o Robben não fala com o Sneijder, que por sua vez, não gosta do Van Persie, que não morre de amores pelo Van der Vaart, ou seja, o vestiário holandês deve ser um inferno. É fato que existiram times campeões onde os jogadores simplesmente se odiavam, porém, isso tem que ser encarado como uma simples exceção. A regra é o fracasso.
               É realmente uma pena que uma grande escola do futebol mundial, capaz de gerar uma verdadeira ode a esse esporte, com a mítica Laranja Mecânica, comandada por Rinus Michels e Johan Cruiff, não consiga mais do que boas campanhas nos torneios que disputa. E todo esse insucesso, por causa de uma mentalidade retrograda de seus atletas, que são incapazes de entender a própria Filosofia de vida de seu povo: a liberdade em todos os sentidos. Seleção do preconceito, país da liberdade, interessante contradição. Essa é a Holanda!

Nenhum comentário:

Postar um comentário