quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O rei das águas


Nesta terça feira (31), o americano Michael Phelps se tornou o maior atleta olímpico da história. Com a conquista da prata, no revezamento 4 x 100 com a equipe de seu país, ele obteve a 19º medalha, superando a ex-ginasta russa Larisa Latynina.
O verdadeiro campeão não é aquele que chega sempre no lugar mais alto do pódio, mas o indivíduo que supera seus próprios limites. Nessa Olimpíada, um esportista em especial soube como nenhum outro dignificar esse mandamento.  
Michael Phelps é o atleta perfeito! Designado para praticar o esporte mais completo de todos. Seu corpo é um modelo preciso. Tronco longo, linha de cintura baixa, pernas curtas e braços enormes. Parece que foi desenhado, esculpido para uma única finalidade: ser o maior nadador do mundo.
Sua bela trajetória teve início em Sidney, nos jogos de 2000. Na ocasião, aos 16 anos de idade, nenhum feito foi alcançado, mas uma genialidade quase pueril despertaria o encantamento e a surpresa do público inteiro. Desde então, títulos, recordes e metas foram batidas a cada prova, a cada nova competição.
Um homem, 50 metros, sete raias de adversários... Um destino. Algumas braçadas seriam suficientes para que um atleta se tornar-se um mito. E assim o fez! A glória foi alcançada pelo brilho secundário da prata, a recompensa, porém, foi à consagração dourada da eternidade.
A natureza às vezes é um imenso escárnio. Nascer homem, quando deveria ter nascido peixe. Viver sobre terra e asfalto, quando a superfície limpa e transparente é o seu habitat natural.
Michael Phelps e a piscina; união esmerada, refúgio de um incompreendido, casa aquática de um novo rei. Uma paixão que não conhece limites. Dentro de seu domínio azul, transforma-se em um Deus entre mortais. Nada, como se flutuasse e ultrapassa barreiras com a casualidade de um mergulho.


Mostrou que todo gênio que se preze não pode ser exemplo de boa conduta. Flagrado pelo doping e julgado pela hipocrisia. Esporte de alto rendimento não afasta das drogas, pelo contrário, aproxima. Episódio que serviu para enaltecer ainda mais as suas conquistas.
Ah Phelps, o que me inebria são as suas espáduas perfeitas. A curva que descreves. Tua fina e ágil cintura... Pássaro da água. Rápido e brando. Encanta-me o adeus de espuma quando te ergues da piscina. Na eternidade da água, sobrevive teu movimento.  
          Na vastidão do reino azul de meditação e silêncio, procuramos e finalmente encontramos. Aplausos para o rei das águas.

POR: Otávio Camilo

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