Atual campeão mundial, o Japão
confirmou o favoritismo e venceu o Brasil por 2 a 0, nesta sexta-feira (3), em
Cardiff, pelas quartas de final da Olimpíada. Foi a primeira vez que as
brasileiras não chegaram ao menos às semifinais dos Jogos. A decepção ficou por
conta da atuação da nossa principal jogadora, Marta, que se limitou em ser uma
mera coadjuvante na competição.
Pouco se aprende com a vitória,
mas muito com a derrota. Se essa frase é verdade, então nossas jogadoras já
podem se considerar catedráticas na arte do insucesso.
Há derrotas que matam, outras
que despertam. Frase coberta de uma hipocrisia singela, e que certamente foi
criada por algum poeta que sucumbiu a desgraça. Contudo, esse ditado não deverá
servir para algumas abnegadas dos gramados, ou talvez sirva, veremos no final
da abordagem. Fiascos ainda irão se suceder e jamais entenderemos um problema tão
óbvio. Primeiro vamos ao questionamento: por que a seleção feminina sempre
falha?
A pergunta é tão banal quanto às
explicações. Falta de apoio, cartolas descompromissados, comissão técnica
incompetente, inexistência de preparação adequada... E por ai vai. Argumentos plausíveis,
não revelam, porém, a chave desse enigma. Diagnosticamos os sintomas, mas a
doença não tem cura, pois ela está fincada no recôndito da alma masculina.
A seleção feminina eliminada...
E daí? Quem se importa com mulheres correndo atrás de uma bola? Mulher nem
deveria jogar Futebol, já que somos os detentores absolutos desse esporte. O mais
ríspido irá dizer: o lugar delas é na cozinha! Sim, meus amigos, exercitamos o
nosso machismo no momento em que abrimos os olhos, até fecharmos. Preconceito velado,
é verdade, mas ele existe. Não ousaremos negar algo que nos é intrínseco.
O próprio jornalista que vos
fala, também permite reverberar um pouco dessa prática tão antiga. Ao término
da partida, passei a travar uma luta tenaz contra os meus pensamentos. Não queria
me entregar a um sentimento tão tolo. Que batalha cruel! Quem somos nós para
nos desassociarmos da nossa natureza? Ao final dessa guerra do homem com a
mente, fui vencido pelo óbvio e bradei: eu odeio Futebol feminino! A sandice se
sobrepôs a razão.
NADA COMO A POESIA PARA ACALENTAR OS
DESAFORTUNADOS.
Pobres
mulheres do nosso esporte bretão! Carregam consigo uma carcoma em suas existências.
Foram condenadas eternamente a uma sina de decepções. Vitimadas pelo flagelo
dos homens e tolhidas pela austeridade do destino. No vestiário, punidas com a
desonra e maldizendo a vida, de certo se perguntaram por que essa força
arbitrária é sempre tão cruel.
Entraram em campo sob a sombra
da desconfiança. Traziam nos rostos expressões trágicas e cômicas. Mulheres que
vivem na fronteira entre a ambição e o desanimo. Sentimento de almas delicadas.
Os olhos vivos e resolutos ficaram murchos. O sorriso fez-se choro e o soluço
estrangulava a voz.
Como é triste morrer em vida. Morte
atroz, lenta, dolorosa e minuciosa. Hoje, fomos testemunhas fiéis de um fim
mais do que definitivo. Assistimos o falecimento de um moribundo, se é que um
dia ele viveu de verdade. Me debrucei com um rir filosófico e lamentei pelo
último suspiro de uma alma expirante. A indignação agora é resignação. O Futebol
feminino morreu!
Só destacando o final da Frase. "O Futebol Feminino Morreu".
ResponderExcluirNa minha opinião o futebol feminino no Brasil ainda nem nasceu...
Não se vê, a metade da metade, do investimento que se vê em futebol masculino.
E quando acontece uma olimpiada, levamos as únicas mulheres que não desitiram do futebol,
E talvez algo nos faça acreditar, que só pelo motivo de termos a Melhor jogadora do mundo, iremos ganhar tudo
O futebol masculino também nunca ganhou medalha de ouro nas olimpiadas.
ResponderExcluirConcordo com os 2 comentários...Acho que ainda existe um pouco de preconceito nesse esporte e não precisamos ir longe, é só olhar em nossa cidade.
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