Falcao García vem quebrando regras na atual
temporada. Antes um “simples mortal”, o centroavante do Atlético de Madrid já é comparado a Messi e Cristiano Ronaldo por
sua quantidade de gols no Campeonato Espanhol. É o que aponta a sua média de um
acerto a cada três finalizações.
Quão tolo pode ser um trovador.
Explicar em versos imaginários a banal particularidade de um esporte. Mas o que
seria da poesia sem o gracejo de um mero devaneador? Do alto via-se uma
montanha suntuosa...
Por entre as nuvens brancas da
incompreensão humana existe um lugar onde impera a perfeição e a quietude. Uma
morada tranquila que se encontra sob as estrelas. A terra elevada que é repleta
de encanto e altivez. O panteão de indivíduos abastados e soberbos. Abaixo de
Deus e acima dos homens encontra-se o lar de divindades inóspitas. Sentados no
monte Olimpo permanecem dois soberanos...
O
Futebol, diferentemente do reino fantasioso que era governado por doze deuses,
é regido por pés prodigiosos de um co-reinado. Governantes engenhosos; soberanos quase divinos de um espaço delimitado pelas quatro linhas de regozijo
e sofrimento. Os meros mortais são compelidos aos aplausos; reles expectadores
contemplando a arte transcendente de sobranceiros jogadores. Para o infortúnio
dos comuns, o talento dos dois reis os apartam através do abismo infindável que existe entre o céu e a terra. Régios
habilidosos e estóicos do universo paralelo do esporte bretão. Toda essa singela
analogia somente para definir o mais tedioso dos certames. A obviedade futebolística da
terra das touradas. No entanto, eis que surge um invasor pelo cimo dos
relevos...
Paz
e plenitude são os sentimentos que transbordam ao testemunharmos o vôo de um
Falcão. Os seres alados jamais se amedrontam com os montes, montanhas ou
precipícios... Tudo faz parte da sua trilha, do crepúsculo da alvorada ao
poente. Os homens não podem voar. Apenas os pássaros possuem essa dádiva.
Dignificados eternamente ao patamar dos mais sublimes seres. Vôos rasantes nos campos
verdejantes de uma diarquia.
O
Falcao Garcia é como o seu homônimo da natureza; inteligente e sagaz assim como
um caçador a espreita de sua presa. Sua caça é rápida, pois sua vítima rola
faceira e abobada diante dos olhos resolutos do mais ávido dos predadores. Célere, destemido e acrobático tal qual o rei das pradarias. Os seus sentidos
são aguçados e não se deixam dominar. Os adversários postam-se amedrontados
frente aos instintos forçosos da majestade dos ares.
O
belo congraçamento entre o homem e o animal é consumado por meio da singeleza
dos seus atos; não existe razão, apenas aptidão. O atacante colombiano, assim
como a ave de rapina, é um matador frio e impiedoso. Estufa as redes e destrói
as defesas inimigas com a mesma incidência que revela suas garras ao atacar. Um
artilheiro territorialista; a limítrofe da grande área é o seu habitat natural.
E daquela limitada dimensão sente-se também um dos olimpianos. Um aguçado faro
de gol que é incomparável.
Não me tome por louco, caro
leitor. Nunca pretenderia comparar a simplicidade ao brilhantismo. O Falcao
Garcia não é dono de uma habilidade estonteante como a do Cristiano Ronaldo,
nem muito menos detém o esplendor de genialidade de um certo Messi. Decerto,
sequer entraria numa lista dos melhores entre os normais. Contudo, é digno de
reconhecimento alguém que, através do uniforme roto de sua importância,
aventura-se a combater esse domínio maçante dos gramados espanhóis. Um
guerreiro virtuoso que luta contra a frugalidade espartana. Não há peso nas
asas da pretensão, e nelas repousam os delírios e fantasias de um obstinado. E
dos gols se faz a vibração. Aclamemos ao invasor do Olimpo!
POR: Otávio Camilo
A sua capacidade e sua média anual o coloca sim Falcão García entre os grandes destaques do futebol mundial... Contudo, há de se salientar que Messi sempre jogou no Barcelona e Cristiano Ronaldo embora já jogasse eu um clube de ponta, amadureceu muito depois de sua transferência ao Real Madri em 2009. Vejo o caso de Falcão García como o de grandes jogadores que podem contribuir muito mais se jogarem em grandes clubes.
ResponderExcluirÉ um matador nato. Ainda mais jogando num clube de média expressão que vem crescendo no cenário mundial, como o Atlético de Madri, o qual já desbancou grandes europeus como o poderoso Chelsea. Como eu sempre gosto do diferente, de fugir da mesmice desses clubes, que na maioria das vezes levam vantagem por força política, financeira... É sempre bom ver esses clubes de chegada como o City, o próprio Atl. Madri, entre outros...
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