quarta-feira, 4 de julho de 2012

UMA HOMENAGEM AO FUTEBOL!


             Trinta anos se passaram e até hoje ela é a equipe mais discutida entre torcedores e jornalistas. Nem mesmo a traumática derrota para a Itália fez mudar a idolatria pela Seleção Brasileira de 1982. Uma paixão muitas vezes “cega”, mas que venceu as barreiras do tempo.
            O Brasil não foi campeão do mundo, mas entrou para a história, como húngaros de 1954 e holandeses de 1974. Os craques de 1982 são cantados em prosa e verso como sendo superiores a maioria dos que levantaram o troféu. Mas por que perderam?

            Fatalidade, azar, ou uma mera faceta do destino. Desculpas são muitas, e fáceis de criar. Difícil é entender o que há por trás de um final tão surpreendente para a maioria massacrante dos que acompanhavam, torciam e se deliciaram com o talento de nossos jogadores.

 Como aficionados, nós sempre ouvimos em algum momento de nossas vidas uma velha máxima: não há justiça no futebol. Verdade indelével e principal encanto desse esporte. Mas como ela foi dura conosco! Naquele fatídico dia fomos do entusiasmo ao desencanto, da glória ao fracasso, e a plena certeza de vitória converteu-se em uma angustiante ilusão.
Desembarcamos na Espanha com uma das melhores gerações já produzidas. Carregávamos na bagagem a convicção do sucesso, esperanças de toda uma nação e um punhado de arte, que usaríamos para proporcionar algo que o mundo jamais esqueceria.
Na primeira fase, bailamos, brincamos e brindamos as platéias espanholas com algo que elas não estavam acostumadas, o verdadeiro futebol brasileiro. Perplexos e abobados, suspiravam com a nossa maestria. Diria que, dentro das quatro linhas, foi a nossa última fagulha de romantismo.
Ah futebol cruel! Não podíamos perder, não deveríamos perder. Possuíamos os melhores do goleiro ao ponta-esquerda. Zico, Sócrates, Falcão, Leandro, Éder, Junior. Quem seria capaz de sobrepujar tamanho talento?
Para o desespero de todos nós, fomos derrotados pela antítese de nossa genialidade. Sucumbimos à moda Italiana. Desacreditada e desafortunada, bem como eles adoram. Superaram-nos com sua mecânica, sua frieza e marcação implacável. Triunfo da sorte ou do merecimento?
Assim como foi Ghiggia, no épico maracanaço, outro personagem entraria de maneira definitiva nos nossos piores pesadelos. Paolo Rossi, maldito seja teu nome! Por vezes impronunciável, nos causa repulsa até hoje. Foi o Baggio às avessas. Fez do Cerezo um novo Barbosa, e marcou 3 gols que mais pareciam 3 punhaladas em nosso coração. Tudo estava previsto, menos a vitória da Itália!
Maracanaço, Ghigghia, Paolo Rossi e Sarriá. Nomes que remetem ao nosso fracasso. Estádios e homens que nos provocaram um silêncio aterrador. Ousaram pintar de luto a maior alegria de um povo. São detratados como os piores algozes do futebol brasileiro, mas são necessários para podermos nos lembrar de momentos históricos.
Mesmo com as indevidas comparações, a seleção de 1982 jamais será superada, porque é impossível haver algo melhor que a perfeição. Aquela mítica equipe desafiou paradigmas e o conceito de que somos patriotas apenas nas vitórias. Perdemos, choramos, maldizemos a vida, mas deixamos um legado perpétuo. Derrota no campo, vitória para a eternidade!

Por :Otavio Camilo
Twitter:@jenageral1





2 comentários:

  1. Muito bom. Deu vontade de assistir videos da seleção de 82. Que seleção!

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  2. Não Existe palavra pra decifrar nem pra resumir esse acontecimento!!é uma pena não termos conquistado esse caneco uma vez que tínhamos uma das melhores seleções já montada!!gosto muito de ver essa galera jogando...é uma aula!!vamos ficar na esperança de uma seleção mais competitiva, porque a que temos agora está meio capengado!!vlw Otavio por essa matéria.

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